Terminei hoje um programa de 2 semanas no Krishnamacharya Yoga Mandiram, Chennai: Sattva Shuddhi = Purificação da mente. O trabalho corporal com asanas foi apenas um dos elementos, nem mais nem menos importante que outros mais subtis como pranayama e meditação, juntamente com a essência da filosofia do Yoga (Yoga Sutras de Patanjali), canto védico e princípios de Ayurveda.
Um ensinamento tradicional, sério e profundo, que se preocupa em se ajustar à realidade actual.
A respiração como eixo central da prática - a porta de entrada para uma mente clara e focada, e portanto, com o discernimento correcto. Cada técnica ou movimento ou prática como instrumento para permitir uma respiração mais ampla e livre. E é a respiração que conduz qualquer prática: a escolha de um pranayama, a forma de cantar o mantra, como entrar, permanecer e sair duma postura.
Ao contrário da experiência com o Yoga na tradição de Iyengar, aqui aprendi através da suavidade, do movimento lento, do fluir. A atenção plena resulta não da consciência corporal "cirúrgica", mas do contínuo foco na qualidade da respiração e da consciência da interdependência respiração-corpo-mente. E é daqui que se chega a uma progressiva percepção das nossas dimensões internas mais subtis e da conexão com algo maior que nos envolve.
Mais uma extraordinária viagem de aprendizagem pela qual estou profundamente grata,
Mais uma prova inequívoca de que o Yoga nos oferece várias formas genuínas de alcançar o objectivo,
Mais uma confirmação pessoal de que o conhecimento fundamental eu já tenho - profunda gratidão aos extraordinários professores Liliana Nuño e Tomás Zorzo Diez com quem tenho o privilégio de estudar nos últimos anos - e que o caminho é praticar, praticar, praticar! Só assim todo este conhecimento pode ser realmente compreendido e integrado e servir o seu propósito maior!
Que eu tenha a força, a motivação, a clareza e a disciplina para aprofundar e elevar a minha prática!
* Texto escrito desde a Índia
Lina Afonso | Yoga de Corpo e Alma
Novembro 2017