A Existência não se reduz a modelos ou fórmulas, não se esgota em teorias, não se restringe a verdades absolutas. São infinitas as possibilidades, direções, nuances, perspetivas, correlações.
O meu intelecto quer saber – pergunta-se porquê, como, para quê, tenta encontrar uma lógica, uma explicação satisfatória, respostas claras e conclusivas. Algo a que se possa agarrar. Mas se me distancio destes pensamentos, se permito que a mente se aquiete, se escuto a Inteligência do Espírito e me abro à visão do coração, vejo com clareza que nesta condição humana é impossível abarcar a totalidade e entendo que a minha necessidade de obter respostas é uma forma de apego, de ilusão, de medo, de resistência.
Esta é talvez a mais profunda compreensão. Nela posso descansar.
Deste lugar, posso enfim confiar, entregar-me, deixar fluir, render-me. Questionar menos, controlar menos, Viver Mais! Abraçando o Desconhecido, o Mistério da Vida, não como algo a decifrar ou conquistar, mas como algo a experienciar e a desfrutar! Relaxando na certeza de que há uma Ordem Maior que regula o universo e nos sustenta.
E é assim que me abro a receber tudo o que a Vida tem para me dar. Que permito que a Vida se expresse através de mim sem restrições. Que descubro o sentido profundo da Humildade e da Gratidão.
Lina Afonso | De Corpo e Alma
30 abril 2020